terça-feira, 12 de julho de 2011

A 1ª vez a gente nunca esquece- parte 2

O 1º trabalho do Aurélio no teatro: Alguns anos se passaram e Aurélio casou-se com Aline Molinari, que algum tempo depois, iniciou seus estudos para tornar-se atriz. Na época ele era funcionário da Rede ferroviária. Em 1976, no segundo ano do curso técnico de formação da FEFIERJ (Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro, atual UNI-RIO), Aline foi chamada para fazer um espetáculo infantil chamado ‘Ambrósio, o boneco’ no Teatro Cacilda Becker. Marcelo, o filho do casal, na época com quatro anos de idade ficava com Aurélio e a avó D. Luzia (mãe de Aline) nos finais de semana, quando a mãe ia ensaiar. No dia da estréia, ao ser perguntado pelo pai o que gostaria de fazer, Marcelo quis ir ao teatro assistir a mãe. Como a maquiagem de Aline demandava muito tempo por ser de elaboração minuciosa, a família chegou cedo ao Cacilda Becker. Foi quando Aurélio diz ter começado a entender o que era o teatro no Brasil, pois deparou-se com o diretor, operador de luz e som e ator (não da peça em questão) José Roberto Mendes com o produtor Sérgio Baker carregando o cenário do espetáculo para dentro do teatro. O metrô do Largo do Machado ainda estava em obras,e a kombi precisou parar na praça José de Alencar. Aurélio se ofereceu para ajudar a carregar os adereços cênicos, e ali desempenhou sua primeira função no teatro. Na época, o teatro Cacilda Becker não possuía mesa de luz, contava com chaves monofásicas na parede, onde era preciso enganchar os dedos nas chaves, como se fosse um “liga-desliga” de interruptores. O espetáculo estreou, todos agradeceram, e no dia seguinte, ao ser perguntado pelo pai, o menino novamente quis ir ao teatro. E novamente a família chegou cedo ao Cacilda Becker para que Aline pudesse fazer sua maquiagem. Aurélio ao entrar no teatro deparou-se com todo o cenário embaixo das escadas, o que o deixou muito aborrecido. Prontamente pôs-se a remontar a cenografia do espetáculo. Quando chegaram o produtor e o diretor, ambos se surpreenderam com a arrumação do palco e Aurélio indignado contou-lhes o que acontecera. A explicação era simples, um espetáculo adulto ocorria pela noite, o que causava o necessário afastamento dos elementos cênicos de ‘Ambrósio, o boneco’. No fim-de-semana seguinte, Marcelo mais uma vez quis ir ao teatro. Aurélio passou então, a ser oficialmente, o contra-regra da peça. Pouco tempo depois, Zé Roberto, o diretor, operador de luz e som, foi viajar pela periferia do Rio atuando na peça ‘Arena contra Zumbi’ como ator e logo Aurélio foi apresentado a um gravador de rolo AKAI e aos roteiros de luz e som. Passava a ser acumular as funções de contra-regra, operador de luz e som. Em dois meses a temporada acabou e a vida do funcionário da Rede ferroviária voltou à normalidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário